O inverno na nossa região será mais quente que o normal. A tendência será a mesma vista em todo Estado de São Paulo. A informação é do meteorologista Alexandre Nascimento do ClimaTempo. A estação que há tempos não é a mais fria do ano na maior parte do sudeste teve início no último domingo (21).
Nascimento aponta que neste ano teremos pouco frio. O fenômeno El Ninõ (de ventos quentes) ao longo do inverno mantém o risco de chuva forte e volumosa sobre o sul do país, apenas sem risco de diminuição nas temperaturas.
“Toda a região sudeste vive um período de seca mais brava das últimas décadas. Essa situação não será revertida no inverno, onde chove menos com níveis baixos. A presença do El Niño trará chuvas restritas ao extremo sul do país. Entre julho e agosto a chuva será normal, abaixo da média. Em setembro pode voltar a chover, mas é algo irregular. Vamos ter poucas chuvas, e temperaturas acima da normalidade”, disse o meteorologista.
A temporada de seca, mais quente que o normal aumentará o risco da proliferação das queimadas em toda a região. A maior parte das frentes frias deve ficar bloqueada no Sul, nem chegando ao Sudeste em julho. “O tempo fica seco na maior parte do Brasil, mas teremos dois eventos de chuva significativa no Centro-Oeste, no Sudeste e no sul da Amazônia no início e no fim do mês. No Nordeste, só deve chover na faixa litorânea entre Bahia e Rio Grande do Norte”, afirmou Nascimento.
No mês de agosto o tempo ficará seco na maior parte do país, inclusive em Catanduva. “As queimadas devem começar a se espalhar pelo país e teremos vários dias com umidade relativa do ar abaixo de 20%. As frentes frias continuam bloqueadas pelo Sul e a atuação das massas polares será fraca neste mês no centro-sul do Brasil. Deve chover acima da média apenas no Sul”, disse o meteorologista.
Em setembro a umidade começa a se espelhar sobre o Brasil, durante a segunda quinzena de setembro sendo que as primeiras pancadas de chuva retornam ao Sudeste de forma geral. “Isso é um indício de que podemos ter o retorno da estação chuvosa no momento certo, mas o volume de chuva ainda será insuficiente para reverter o quadro de estiagem nos reservatórios. A chuva persiste no Sul do país e a temperatura ainda fica baixa na Região. Já na maior parte do Brasil, um forte calor deve ser sentido”, afirmou Nascimento.
O motivo do inverno não ser tão rigoroso nos últimos dois anos é provocado justamente pelo El Niño. A situação é diferente do registrado em 2010, 2011 e 2013, quando a presença de La Ninã deixou o tempo mais frio que o normal.
“Sob o ponto de vista médio, a chuva continuará escassa na maior parte do Brasil, como é normal nesta época do ano. Por outro lado, a chuva que já é em média abundante no Sul deve ser potencializada pelo fenômeno. De forma geral, faltará frio neste ano, como é normal em anos de El Niño. A exceção deve ficar por conta dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde a temperatura deve ficar perto da normalidade”, disse o meteorologista.
Julho deve ser frio no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “Podemos ter até alguns eventos de frio no sul da Amazônia (friagem). Mas em agosto e em setembro, o frio mais intenso ficará restrito ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, afirmou Nascimento