O bispo diocesano Dom Milton Kenan Júnior abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade 2016, que tem como tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e como lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.
Dom Milton discursou sobre o tema durante coletiva de imprensa ontem no auditório da Cúria Diocesana.
“O tema da Campanha da Fraternidade vem nos lembrar da responsabilidade de todos na preservação e no cuidado com o meio ambiente. O planeta em que vivemos é essa casa comum destinadA a todos os homens e mulheres, todas as criaturas, para ser um lugar de convivência de encontro, um lugar de sobrevivência, onde cada um veja respeitada sua dignidade e possa agir com liberdade.
Então o tema da campanha vem chamar nossa atenção para nossa responsabilidade em cuidar e preservar o meio ambiente e com o enfoque em uma ação prática que é a questão do saneamento básico”, explicou o bispo. Dom Milton argumentou sobre o fato da Campanha da Fraternidade deste ano ser Ecumênica, com o envolvimento das igrejas cristãs que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e disse que mesmo em Barretos não havendo igrejas participantes do Conic, ele irá procurar o Conselho de Pastores para que as igrejas evangélicas da cidade também abordem a o tema da campanha com seus membros.
“A Campanha da Fraternidade deste ano foi assumida pela Igreja Católica e pelas igrejas que participam do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs. Então, nem todas as igrejas evangélicas e pentecostais pertencem ao Conic. Aqui em Barretos nós não temos igrejas que participem desse conselho. Mas minha intenção é procurar o Conselho de Pastores da cidade e propor a eles que integrem e participem conosco da Campanha da Fraternidade na nossa cidade e na nossa região”, afirmou Dom Milton, que abordou ainda a questão da dengue, chikungunya e zika como faotres que devem ser tratados durante a campanha.
“Há uma questão que penso que é importante e que está muito ligada ao tema da campanha deste ano que são as doenças dengue, zika e chikungunya, que se tornaram uma epidemia e cujas consequências são bastante preocupantes. Penso que talvez aí esteja um aspecto que possa desencadear um trabalho comum entre igreja, população e poder público para minimizar as consequências dessa epidemia na nossa cidade”, enfatizou.
O especialista ambiental da equipe da secretaria estadual do Meio Ambiente, Fabiano Botta Tonissi, participou da coletiva. Ele é graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos e doutor em Ciências da Engenharia Ambiental pela USP. Fabiano expôs dados que compõem a questão ambiental na região da diocese de Barretos.
“A qualidade do saneamento básico nos municípios que compreendem a região que compõe a diocese de Barretos é bastante positiva, tem algumas ações que precisam ser realizadas para melhorias em tratamento de esgoto, água para abastecimento, drenagem e os serviços relacionados aos resíduos sólidos, que é o lixo”, disse.
“Pontualmente, encontramos problemas não somente relacionados à questão do lixo, mas também problemas relacionados à questão do tratamento de esgoto. Ambos necessitam de cuidado em algumas regiões e que demandam investimento, melhorias, construção de novas estações para tratamento de esgoto, melhoria e adequação dos aterros em alguns municípios, fazendo com que eles deixem de causar problemas ao meio ambiente e passem a ser aterros sanitários com todos os controles necessários previstos em lei e que atendam as normas dos órgãos ambientais”, acrescentou Fabiano, destacando que o envolvimento da igreja nas questões ambientais é muito importante.
“A igreja estar inserida nessa campanha é muito importante porque onde não existe saneamento básico tem uma relação muito grande com populações que são vulneráveis do ponto de vista social e de saúde, e justamente porque não estão recebendo adequadamente esse saneamento básico. O papel da igreja é fundamental para influenciar a sociedade no consumo consciente, que não seja exagerado, que não gere resíduos em quantidades elevadas para não comprometer os aterros. Os aterros recebem quase 60% do lixo que é orgânico e que poderia ter um destino diferente. Os demais resíduos poderiam ter um tratamento diferente e também ser reciclados”, afirmou.
“Então é preciso reduzir aquilo que se utiliza para que os aterros não sejam comprometidos, não se esgotem rapidamente. Vários municípios da região, pro exemplo, têm que achar outras áreas para dispor os seus resíduos. Por isso o papel da igreja no componente saneamento básico é importantíssimo porque a base da igreja é trabalhar uma situação um pouco mais equilibrada entre o ambiente e o ser humano nessas relações”, completou o especialista.
O assessor diocesano para a Campanha da Fraternidade, padre Luiz Paulo Soares, ressaltou a importância de praticar todas as ações que serão refletidas durante a Campanha da Fraternidade. “Essa é a forma metodológica da campanha, primeiro apresentar a realidade do ver, julgar a partir da da palavra de Deus, sempre baseado na bíblia, naquilo que Deus esperava da humanidade ao criá-la, e por último o agir, que é baseado naquilo que nós vemos e naquilo que Deus está dizendo, como nós vamos agir para transformar e faze com isso não seja somente nos 40 dias da Quaresma, mas sejam mudanças para toda uma vida”, afirmou.
“Este ano, por exemplo, está sendo proposto diminuir as formas de consumo. Não serão em 40 dias que o problema será resolvido, mas é transformar a consciência, criar a ética e os valores necessários, a reflexão será por 40 dias, mas a prática tem que durar uma vida inteira. É importante que todos os cristãos e homens de boa vontade façam a sua parte porque o Planeta Terra é a casa comum e moradia de todos nós”, concluiu.
Fonte:Odiarioonline