A Brasília amarela que aparece no clipe da música "Pelados em Santos", do grupo Mamonas Assassinas, foi sorteada no "Domingo Legal" (SBT) em 1996, alguns meses após os cinco integrantes da banda perderem a vida em um acidente aéreo na Serra da Cantareira, na Zona Norte da capital paulista. O ganhador do sorteio levou o prêmio ao Rio de Janeiro, onde a Brasília mais tarde seria recolhida a um pátio devido a documentação vencida. Lá permaneceu durante quase dez anos, abandonada. Virou sucata....

No final de 2015, familiares de Alecsander Alves, o Dinho, resgataram o que restou do carro. No ano seguinte, a restauração do veículo foi concluída, deixando-o do jeito como ficou conhecido. Hoje mantido com carinho por parentes do cantor, o velho Volkswagen ainda é atração. De acordo com Hildebrando Alves, de 73 anos, pai de Dinho, fãs dos Mamonas viajam do Brasil inteiro até Guarulhos (SP), onde mora, para tirarem fotos ao lado da Brasília - ela também marca presença em eventos, exposições e reportagens. O próximo ato será aparecer em um filme sobre a trajetória meteórica dos músicos.
Segundo Alves, hoje aposentado, o longa-metragem já tem todos os recursos garantidos - as gravações ainda não começaram devido à pandemia do coronavírus. Com roteiro de Carlos Lombardi e direção de Anita Barbosa e Léo Miranda, o longa-metragem deve ser gravado no ano que vem, com locações em Guarulhos, onde o grupo foi formado e que tem até uma praça em sua homenagem. Ruy Brissac, que interpretou Dinho na peça "O Musical Mamonas", voltará a interpretar o papel no longa - Hildebrando ainda faz mistério sobre o restante do elenco.
Sem dar muitos "spolilers", o empresário revela que o exemplar restaurado terá papel de destaque no filme que virá. "Vai aparecer bastante, de forma lúdica. Haverá uma cena, por exemplo, em que ela aparece rumo ao desmanche com crianças jogando futebol ao fundo". Santana se recorda do primo, com o qual se encontrou pela última vez em um show dos Mamonas em Salvador (BA). "Ele era uma pessoa muito brincalhona e positiva, sabia conduzir as coisas na vida dele. Minha tia Célia até hoje tem um misto de alegria e tristeza a cada fã que a procura, por conta da lembrança do filho que perdeu prematuramente. Sobre a Brasília, que já era um carro velho na época do grupo, ele fazia graça .
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